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RIO DE JANEIRO, BRASIL – A grande riqueza de recursos naturais do Brasil proporciona imenso potencial para que o país alcance seus objetivos econômicos e ambientais. No entanto, usar a terra de forma eficiente, o que permitiria que o país atingisse esses objetivos conjuntamente, é um grande desafio.

Um novo estudo do Climate Policy Initiative, “Produção e Proteção: Importantes Desafios para o Brasil”, indica que há margem no país para melhorias na proteção de recursos naturais e simultâneo aumento da produção agropecuária. Em termos de proteção, o país se beneficiaria de um aumento no custo de desmatar, assim como do desenvolvimento de incentivos de mercado que promovam práticas sustentáveis. Do ponto de vista de produção, há espaço para promover o crescimento da produção agropecuária brasileira através de ganhos de produtividade, sem que haja comprometimento da conservação ambiental.

“Os recursos naturais do Brasil são a base para o futuro do nosso país,” afirma Izabella Teixeira, Ministra do Meio Ambiente. “A análise do Climate Policy Initiative identifica desafios e oportunidades para aumentar a produtividade da terra atualmente utilizada para produção agropecuária e melhorar a proteção da vegetação nativa no país. Ela mostra que, adotando a estratégia correta, podemos tanto promover o crescimento da nossa economia quanto proteger nossos recursos naturais.”

Há expressiva variação da produtividade agropecuária entre as cinco regiões brasileiras, assim como dentro delas. Muito dessa variação pode ser atribuída a fatores não geográficos, incluindo acesso a serviços financeiros, tecnologia, mercados de arrendamento de terra, cooperativas e infraestrutura. O estudo investiga tais fatores no contexto dos principais setores agropecuários brasileiros, identificando formas de aumentar a produtividade de cada setor.

Por exemplo:

  • Cerca de um quinto da variação regional na produtividade agropecuária brasileira está associada à disponibilidade de crédito. Apesar disso sugerir que maior acesso a crédito aumenta a produtividade, o acesso ao crédito rural no Brasil é limitado. Conforme dados do último Censo Agropecuário, em torno de 75% dos produtores agrícolas e menos de 20% dos produtores familiares acessam crédito.
  • A infraestrutura brasileira acomoda uma capacidade de armazenamento total do país de 80% da colheita, muito abaixo dos 120% recomendados. Além disso, a condição precária de muitas estradas aumenta o custo do transporte – transportar uma tonelada de soja de um dos municípios brasileiros líderes em produção do grão até seu ponto de exportação é quase três vezes mais caro do que transportar essa quantidade de soja por distância semelhante até um porto nos Estados Unidos.

A análise também considera as recentes políticas de conservação brasileiras. Ao longo da última década, o país avançou de maneira significativa na proteção de seus recursos naturais, especialmente na Amazônia. Em 2006, a extensão de áreas protegidas era dez vezes maior do que em 1985. Hoje, o Brasil dispõe de estrutura institucional relativamente consolidada e instrumentos bem estabelecidos para a proteção dos recursos naturais em terras públicas. Porém, o estudo destaca que o país ainda enfrenta grandes desafios para a proteção de vegetação nativa em desmatamentos de menor escala, em propriedades privadas e nos demais ecossistemas brasileiros. O setor de florestas de uso sustentável é também pouco desenvolvido no país.

O Climate Policy Initiative recomenda a implementação imediata de dois esforços importantes. Primeiro, introduzir o monitoramento regular e frequente de áreas representativas dos principais usos de terra no Brasil para viabilizar a identificação e análise de ganhos de eficiência. Segundo, integrar ações entre agências governamentais e empresas privadas para estruturar e desenvolver uma estratégia de Produção e Proteção.

“Há claro escopo para ação”, segundo Juliano Assunção, diretor do programa brasileiro do Climate Policy Initiative e professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). “Nos próximos anos, esperamos trabalhar com stakeholders no Brasil para implementar uma estratégia de uso da terra que ajude o país a alcançar seus objetivos econômicos e ambientais.”

Para mais informações e acesso ao relatório completo, visite www.ClimatePolicyInitiative.org.

O Climate Policy Initiative é um grupo de analistas e consultores que trabalham para aprimorar as políticas mais relevantes de energia e uso da terra em diversos países, com um foco em finanças. O CPI é uma organização independente parcialmente apoiada por recursos da Open Society Foundations e tem escritórios regionais e programas no Brasil, na China, na Europa, na Índia, na Indonésia e nos Estados Unidos.

Contato:
Estados Unidos,
Ruby Barcklay
+1 (510) 612 5180
ruby@cpisf.org

Brasil,
Vanessa Ramalho
+55 (11) 3526 4501
vanessa.ramalho@imagemcorporativa.com.br

Europa,
Dan Storey
+39 324 895 7474
dan.storey@cpivenice.org

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