Embora de natureza ambiental, as mudanças climáticas possuem impactos adversos em todas as esferas da vida e constituem cada vez mais um problema crucial. A água, em especial, é uma das principais representações dos efeitos das mudanças do clima devido às alterações nos padrões de precipitação e no escoamento dos rios. As mudanças climáticas afetam o regime de chuvas e podem intensificar a ocorrência de eventos hidrológicos extremos, tais como inundações ou longos períodos de seca, que afetam a oferta de água e, consequentemente, ameaçam o suprimento de recursos hídricos.
Dessa forma, condições climáticas adversas devido às mudanças do clima geram alterações na disponibilidade e na qualidade dos recursos hídricos, comprometendo, consequentemente, o fornecimento de energia. Isso porque a escassez de chuva faz com que os reservatórios das usinas hidrelétricas apresentem níveis de armazenamento extremamente baixos. Quando os reservatórios se encontram vazios, é reduzida a capacidade de geração de energia elétrica, o que promove uma dificuldade no atendimento da demanda por eletricidade. Esta questão se torna crítica ao passo que, no Brasil, a fonte hídrica é a principal fonte de energia elétrica.
Uma forma eficaz de manter a preservação e conservação dos recursos hídricos é através das Áreas de Preservação Permanente (APPs), estabelecidas pela Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei nº 12.651/2012), ou, simplesmente, Código Florestal. Segundo a lei, APPs são definidas como áreas protegidas, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade. Dessa forma, o Código Florestal reafirma o compromisso do Brasil com a preservação dos recursos hídricos, visto que as APPs são um instrumento essencial à política de preservação ambiental, além de contribuírem para combater os efeitos de condições climáticas adversas que comprometem o fornecimento de energia no país.