Os países do G20 podem assumir um papel de liderança na viabilização de investimentos em natureza.
O novo estudo do Climate Policy Initiative (CPI), em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (iCS), apresenta três ferramentas para os países do G20 impulsionarem os investimentos em Soluções Baseadas na Natureza (SbNs). O relatório foi desenvolvido no interior do Grupo de Trabalho de Finanças Sustentáveis do G20 e lançado no evento “Como financiar a bioeconomia positiva para o clima, natureza e pessoas”, no dia 12 de setembro no Rio de Janeiro.
“As SbNs podem fornecer até um terço das necessidades de mitigação climática para 2030 e proporcionar benefícios de desenvolvimento econômico e social para os países. Existem oportunidades de investimento significativas, mas o amplo escopo e o desenvolvimento incipiente das SbNs exigem que entendamos melhor as ferramentas para superar os desafios existentes.”, afirma Barbara Buchner, diretora global do CPI.
O relatório analisa 12 estudos de caso de financiamento de SbNs e identifica três ferramentas para aumentar o financiamento: a criação de ambientes viabilizadores, o envolvimento dos beneficiários nas estruturas de financiamento e o uso de garantias como agentes de redução de riscos.
Os mercados para as iniciativas de SbN ainda se encontram em estágio inicial. Para os autores do estudo, o setor público deve desempenhar um papel crucial para que a SbN ganhe escala para o investimento privado. As garantias podem ajudar a direcionar o capital privado, reduzindo o risco de investimentos e criando um ambiente mais seguro para testar as soluções. O estudo destaca ainda a relevância de construir ambientes viabilizadores que criem condições favoráveis para o capital privado.
“Podemos aplicar lições de outros setores, mas não existe uma abordagem de financiamento única para a SbN. Nossos 12 estudos de caso mostram como essas três ferramentas podem orientar a ação dos atores dos setores público e privado com vistas a ampliar o investimento na natureza.”, afirma Amanda Brasil-Leigh, coordenadora sênior de programa do CPI.
Os 12 estudos de caso analisados focam em restauração, conservação, oceanos e água, bioeconomia e agrofloresta. As lições extraídas dos estudos de caso sugerem temas adicionais a serem explorados para o desenvolvimento e a implementação de SbN: como definir, valorizar, medir, contabilizar e monetizar a natureza; a criação de um ambiente político favorável; a exploração de instrumentos financeiros inovadores de SbNs; a compreensão dos conflitos entre a SbN e outras soluções de neutralidade de carbono; e o alinhamento com outras iniciativas do G20.
Maria Netto, diretora executiva do iCS, destaca que “o G20 pode alavancar o financiamento climático, especialmente relacionado às soluções baseadas na natureza. Ferramentas como o financiamento misto podem superar importantes barreiras do financiamento para natureza”.
Para mais informações, entre em contato com:
Camila Calado Lima
camila.lima@cpiglobal.org
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