Dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, enquanto o desmatamento na Amazônia caía na segunda metade da década de 2000, a vegetação secundária – regeneração que ocorre em terras desmatadas – aumentava. Houve crescimento de mais de 70% entre 2004 e 2014, passando de menos de 10 milhões de hectares para mais de 17 milhões de hectares. Em 2014, quase um quarto da área desmatada na Amazônia brasileira ao longo de sua história continha indício de regeneração.
Embora o aumento da vegetação secundária seja uma notícia impressionante, ainda é cedo para afirmar o que isso representa para a Amazônia. O que se sabe ao certo é que a regeneração ocorreu em área expressiva. Possíveis causas e consequências desse fenômeno, contudo, ainda precisam ser investigadas. Este resumo destaca algumas das questões centrais sobre o assunto, indicadas pelos analistas do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio/ Climate Policy Initiative (NACP/ CPI), através do projeto INPUT.
Esse estudo chama atenção para a necessidade de avaliar de que forma a regeneração se integra ao novo Código Florestal e identificar como essa nova vegetação afeta as metas brasileiras de redução de emissões. Ele serve, portanto, como um primeiro passo para auxiliar formuladores de políticas públicas na interpretação dos novos dados.
Cabe, aqui, uma ressalva. Ainda que a regeneração da Amazônia traga grandes expectativas, é importante frisar que florestas secundárias não são necessariamente equivalentes às florestas primárias em termos biológicos ou ecológicos.